O cadastro positivo e a contabilidade financeira pessoal
Cadastro positivo é uma forma que os bons pagadores têm para mostrar que suas contas estão em dia e que possuem fonte de renda. Com isso, constrói-se um histórico, o qual favorece, por exemplo, a concessão de crédito ou o parcelamento de uma compra.
O cadastro positivo, instituído no ano de 2012, é altamente indicado para profissionais autônomos ou para aqueles que carecem de financiamento mesmo que não possuam trabalho formal. Mediante instituições financeiras, esse histórico é capaz de garantir melhores taxas de juros e de adquirir confiança no que diz respeito à capacidade de honrar as dívidas.
Totalmente gratuito, o cadastro positivo registra todos os valores de compra, a quantidade de parcelas feitas e suas respectivas datas de vencimento e quantos pagamentos já foram realizados. A especificidade das aquisições fica ao conhecimento apenas do comprador.
Resumidamente, o cadastro positivo garante maiores chances de conseguir crédito consignado a uma taxa de juros atraente. A lógica por trás disso está na mentalidade dos bancos, financeiras e lojas, que analisam a possibilidade de ceder o empréstimo aos clientes com bom histórico de pagamento. Quando compõem os juros, eles atribuem um peso de 25% a 30% para o risco de inadimplência. Os juros mais baixos são aplicados aos que atrasam ou que têm restrições ligadas aos seus nomes, como por exemplo, no SERASA, em protestos, no histórico de devolução de cheques, entre outros.
Para a contabilidade financeira pessoal, todos os benefícios listados são de enorme repercussão, visto que as despesas com juros são significativamente diminuídas e a inadimplência praticamente extinta. Com o dinheiro que sobra, o indivíduo pode fazer investimentos ou compras pendentes.
Quando o conceito de cadastro positivo surgiu, as pessoas prontamente mostraram interesse e acabaram aderindo por espontânea vontade. É o que foi considerada a vontade de limpar o nome sujo. Contudo, há cerca de um ano que um projeto visa anular a voluntariedade do cadastro positivo, tornando-o automático para todos. Muitos discutem sobre como a decisão beneficia ao povo de forma geral, porém outros alegam que lhes está sendo tomada a liberdade de escolha.
Caso seja implantado mandatoriamente, o cadastro positivo, que antes contava com cerca de 5 milhões de adeptos, passará a contar com mais de 20 milhões – número que não corresponde nem à um quinto dos mais de 102 milhões de brasileiros que são economicamente ativos hoje em dia.
Para especialistas, o número baixo de adeptos ao cadastro positivo ocorre por falta de conhecimento da existência do mesmo e pela falta de conhecimentos atrelados à educação financeira. Os que lá já constam são, em sua maioria, cidadãos de classe C que entraram em massa no mercado de consumo e que posteriormente desenvolveram a grande vontade de regularizar suas situações financeiras.
A nova lei causará impacto inevitável, já que a análise de crédito ficará mais fácil. As empresas poderão fazer suas concessões de maneira assertiva, haverá redução generalizada da inadimplência e as taxas de juros se manterão baixas para favorecer os que estão na base de dados do cadastro positivo.